Ao converter dados em valiosas análises preditivas, sensores orbitais ampliam a capacidade operacional e elevam a produtividade no campo
Está cada vez mais evidente a necessidade de florestas, plantações e pastagens serem geridas e exploradas em harmonia com a conservação ambiental, dada a piora da crise climática. Seja para garantir a segurança alimentar global, seja para assegurar a sobrevivência de espécies, incluindo a humana.
Sob tal perspectiva, uma tecnologia potencialmente transformadora vem se destacando entre produtores e indústrias dos segmentos de base florestal e agrícola que buscam aproveitar os recursos naturais sem comprometer sua capacidade de regeneração: o sensoriamento remoto feito a partir de sensores à bordo de satélites de monitoramento.
Capaz de promover eficiência operacional e produtiva em conformidade com o tão necessário equilíbrio ecológico, esse sistema espacial de coleta de dados está impactando toda a cadeia de valor associada a ativos florestais.
Sensoriamento remoto orbital a serviço da gestão florestal
É praticamente impossível manter o potencial de prosperidade de florestas semeadas pelo homem, sem compreender sua estrutura e desempenho. Não importa a finalidade produtiva, coberturas vegetais precisam ser constantemente acompanhadas para desempenhar suas funções econômicas, ambientais e sociais – no presente e no futuro.
Desenvolvidos justamente para viabilizar programas de monitoramento preciso de áreas, fenômenos ou objetos localizados na Terra, satélites artificiais de observação fornecem dados e imagens detalhados, em tempo quase real e de forma remota, que são cruciais para a agricultura moderna.
Equipados com poderosos sensores, possuem excepcional habilidade para detectar e captar informações estratégicas que orientam desde a escolha e preparação da área até o plantio e colheita. A exemplo da topografia, condições do solo, saúde das plantas, estimativa da biomassa, estresse hídrico e variáveis climáticas, entre outras referências.
De mudanças sutis no vigor da vegetação a grandes cenários de degradação, nada escapa das lentes desses instrumentos orbitais que ampliam imensamente o alcance do olhar humano, que é limitado por natureza.
Não à toa eles vêm sendo considerados componentes-chave para o planejamento e o desenvolvimento sustentável de florestas, sistemas agroflorestais, silvicultura e cultivos agrícolas e pecuários.
Alta cobertura: visão abrangente e contínua da vegetação
Antes restritos a fins científicos, atualmente os satélites de monitoramento são insumo indispensável para a modernização e tecnificação das atividades florestais.
Principalmente tratando-se de projetos executados em áreas extensas, pluralizadas e regiões inóspitas, já que métodos alternativos de inspeção (como aeronaves pilotadas, drones, sensores em solo e torres de observação) não atuam de forma sustentada em larga escala, por diferentes motivos.
Pela ausência de restrições territoriais, temporais, climáticas ou de autonomia, o sistema de sensoriamento remoto orbital é, portanto, ideal para a vigilância de alta cobertura de formações florestais. Até mesmo porque além de propiciar índices espectrais de vegetação de suma importância para o trabalho no campo, realiza análises temporais e espaciais sofisticadas em intervalos de tempo regulares.
Processamento de dados e capacidade analítica para resultados factíveis
Base de dados consistentes, o poder do sensoriamento por satélites não se limita à captura de informações com maior eficiência e menor custo. Graças aos significativos avanços das ferramentas tecnológicas nos últimos anos – e, consequentemente, da indústria aeroespacial –, os sistemas de imageamento remoto passaram a converter as observações coletadas em conhecimentos, estatísticas e análises preditivas acessíveis.
Mas, como? Uma vez gerados (capturados) pelos sensores em órbita no espaço, os dados são enviados para estações terrestres para serem processados e remodelados em mapas e índices, como o NDVI, que indica a saúde da vegetação. As informações resultantes, por sua vez, são utilizadas pelo produtor e gestores ambientais em favor das lavouras, tal como definir a melhor aplicação de fertilizantes e defensivos.
Uma combinação perfeita de tecnologia satelital, algoritmos de inteligência artificial e machine learning para, muito mais que extrair insights valiosos dos dados brutos, nortear tomadas de decisão assertivas, guiar boas práticas de manejo e obter previsão e estimativa de safras. Bem como promover outras práticas agrícolas sustentáveis com foco em elevar a eficiência operacional, intensificar a produção e, não menos importante, reduzir prejuízos ao meio ambiente.


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