Capaz de minimizar “ruídos do solo”, ferramenta é ideal para análises precisas do crescimento inicial das plantas e regiões áridas
Utilizado para várias finalidades, dentre elas o cálculo de índice de área foliar e a biomassa aérea, o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI, sigla em inglês para Normalized Difference Vegetation Index) é o recurso de sensoriamento remoto mais presente nas atividades de caracterização e monitoramento de áreas vegetadas.
Entretanto, um indicador extremamente potente vem conquistando cada dia mais espaço nos cenários agrícola e ambiental. Principalmente quando o foco central é acompanhar o vigor e a produtividade de culturas e de florestas plantadas em determinados contextos, como em áreas com baixa cobertura vegetal.
Estamos falando do Índice de Vegetação Ajustado ao Solo (SAVI, da sigla em inglês Soil Adjusted Vegetation Index), um indicador numérico desenvolvido para suprir limitações do NDVI decorrentes do chamado “efeito solo”.
Fator de ajuste do solo é diferencial do índice
Considerado uma versão aperfeiçoada do NDVI, o SAVI é uma métrica especialmente útil para estimar a quantidade e a saúde da vegetação em locais onde o solo exposto pode interferir nas medições. A exemplo de regiões áridas ou semiáridas e fases iniciais de cultivos, quando a concentração vegetal ainda é parcial (abaixo de 15% da área total).
Nesses cenários com baixa cobertura foliar, os dados obtidos via satélite acabam refletindo tanto o cultivo quanto o solo, o que pode comprometer os valores de outros índices e dificultar a interpretação correta das informações geradas.
Para melhorar os valores do NDVI e corrigir influências da luminosidade e variabilidade do solo, de modo a distinguir áreas de solo de áreas verdes, o SAVI teve acrescido em seu processo de cálculo um fator de correção que considera o substrato do dossel: a constante L, que pode apresentar valores que variam de 0 a 1 conforme a densidade da vegetação.
Fórmula detalhada do SAVI
Representado pela equação SAVI = ((NIR – VERMELHO) / (NIR + VERMELHO + L)) x (1 + L), onde NIR é a refletância da banda do infravermelho próximo, RED é a refletância da banda do vermelho e L é uma constante que ajusta a influência do solo, considera-se como valores ideais de referência para L:
- L = 1: para áreas de vegetação esparsa, quando a pouca densidade permite fazer contato visual com o terreno ou enxergar zonas abertas, L deve se aproximar de 1;
- L = 0,50: aplica-se um meio termo para áreas com média densidade de vegetação;
- L = 0,25: L deve se aproximar de 0 em áreas mais densas em que, por sinal, o NDVI já é eficaz.
Por englobar uma maior variante de condições de vegetação, o fator L = 0,50 é o mais utilizado. Contudo, compreender que o SAVI restringe-se em função dos diferentes biomas e conjunturas agrícolas é importante, ao passo que os valores da constante são generalizados e consideram só a densidade vegetada – e não as especificidades dos ambientes analisados.
Valores do idicador nos mapas de visualização
Já quanto à representação gráfica, o índice SAVI gera valores contínuos entre -1 e +1 que podem ser visualizados em mapas que utilizam uma escala de cores padrão para ilustrar a condensação e o vigor da vegetação.
Nas análises de pré-plantio e detecção de ervas daninhas, por exemplo, é habitual a predominância de tons entre marrom e verde nos mapas, assinalados conforme o grau de desenvolvimento da cobertura vegetal. Essa retratação auxilia no reconhecimento de áreas que precisam de atenção especial, otimizando ações em campo.
Embora o esquema de cores varie a depender da plataforma utilizada, para culturas agrícolas geralmente são adotadas as seguintes lógicas:
- Valores baixos (próximos de -1 a 0,1): cores marrom, bege, vermelho ou laranja para indicar solo exposto, como áreas sem vegetação ou com vegetação muito esparsa, dormente ou doente. Valores negativos podem ainda apontar corpos d’água ou estruturas artificiais;
- Valores moderados (próximos de 0,1 a 0,3): amarelo ou verde claro para representar vegetação com baixa a moderada espessidão, como estágios iniciais de crescimento de culturas ou áreas com ervas daninhas;
- Valores altos (próximos de 0,3 a 1): verde escuro ou, em alguns casos, tons de azul/violeta, para designar vegetação densa e vigorosa, com alta biomassa, e indicar plantios saudáveis e boa cobertura do solo.
Benefícios do SAVI com a plataforma Forest Watch
Ao proporcionar leituras que se concentram exclusivamente nas atividades das plantas, minimizando distorções nos resultados obtidos, o SAVI se posiciona como um valioso recurso para:
- Diferenciação aprimorada entre a vegetação saudável e a cobertura de solo fina;
- Medições mais precisas da vitalidade e densidade da vegetação em locais de alta porcentagem de solo exposto;
- Monitoramento acurado dos primeiros estágios do ciclo produtivo, quando há excesso de solo nu entre as linhas;
- Agilizar atividades de medições em campo, eliminando necessidade de análises para cada área estudada;
- Identificação eficiente de presença de ervas daninhas e planejamento refinado da aplicação variável ou setorizada de herbicidas e outros insumos;
- Controle do estresse hídrico ou nutricional em vegetação jovem;
- Manejo eficaz da terra e da lavoura, inclusive emergencial etc.
Conquanto outros indicadores ofereçam resultados mais consistentes à medida que as plantas entram em estágio avançado de crescimento, essa tecnologia é certamente a mais eficaz em se tratando de áreas com baixo teor de clorofila, tal como culturas jovens e regiões áridas/semiáridas.
Na Forest Watch, acompanhamos de perto essas soluções que transformam dados em decisões estratégicas. E trabalhamos constantemente para ofertar ao mercado o que há de melhor em inovação, visando potencializar a produtividade e a sustentabilidade no campo.
Se você deseja aprimorar seu monitoramento agrícola, conheça nossas soluções, como o SAVI, e descubra como podemos ajudar a impulsionar seus resultados.


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